• Livro: Memórias de um Sargento de Milícias

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Dia "D"

O Enterrado Vivo 

É sempre no passado aquele orgasmo,
é sempre no presente aquele duplo,
é sempre no futuro aquele pânico.

É sempre no meu peito aquela garra.
É sempre no meu tédio aquele aceno.
É sempre no meu sono aquela guerra.

É sempre no meu trato o amplo distrato.
Sempre na minha firma a antiga fúria.
Sempre no mesmo engano outro retrato.

É sempre nos meus pulos o limite.
É sempre nos meus lábios a estampilha.
É sempre no meu não aquele trauma.

Sempre no meu amor a noite rompe.
Sempre dentro de mim meu inimigo.
E sempre no meu sempre a mesma ausência.

Carlos Drummond de Andrade

 

No dia 31 de outubro de 1902, há 109 anos, nasceu o poeta Carlos Drummond de Andrade. Sendo assim, quem pode interpretar esse poema? Lembrem-se, eu conheço o estilo de texto da maioria, então, evitem ctrl+C, ctrl+V.

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