• Livro: Memórias de um Sargento de Milícias

terça-feira, 20 de julho de 2010

Temas da produção textual (redação) do vestibular da UFPE.



Enchentes foram um dos temas das redações da UFPE


     A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) divulgou neste domingo (18) os temas das redações dos vestibulares de hoje. Questões da realidade local e nacional foram abordadas.


     As provas desta seleção serviram para preencher vagas ociosas no Recife e no Interior. Os feras dos cursos do Centro de Tecnologia e Geociências (CTG) tiveram que escrever sobre o tema "Comunicar-se com objetividade, clareza e relevância pode fazer a diferença na vida do profissional?"


     Quem se inscreveu para cursos da Unidade Acadêmica do Agreste (Cararu) dissertou sobre as recentes enchentes na Mata Sul do Estado e em Alagoas. "Enchentes: descontrole da natureza ou falta de um planejamento urbano responsável?" foi o tema da prova.


     As provas dos cursos de Ensino a Distância (EAD) tiveram que falar sobre o tema "O que falta às escolas brasileiras para que haja um ensino mais produtivo e relevante socialmente?". As provas continuam nesta segunda-feira (19), à exceção do EAD, cuja seleção compreendia apenas as provas deste domingo..

Do JC Online

Língua Portuguesa no Enem.


Português é a matéria com pior resultado no Enem

     O desempenho na área de Linguagens e Códigos, que mede as habilidades dos jovens em língua portuguesa e interpretação de textos, puxou para baixo a média final das escolas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009. Essa parte do exame foi a única em que nenhum colégio no País atingiu média de 700 pontos, numa escala de 0 a 1.000. Entre as escolas da capital, o melhor desempenho ficou com o Colégio Vértice, com 686,70 pontos.


     Nas outras grandes áreas do conhecimento, a maior média dos colégios ficou entre 700 e 800 pontos. Com a maior média geral do País, o Vértice encabeça as notas das escolas da capital em Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas. Em redação, a melhor média foi do Colégio Batista.

     A pontuação máxima abaixo de 700 em linguagens é considerada "preocupante" e um reflexo da chamada "geração Y", educada com a ajuda da internet. Para gestores de escolas, com os jovens cada vez mais conectados em redes sociais, a linguagem desenvolvida no mundo virtual se distanciou da língua culta, empobrecendo o vocabulário e prejudicando a capacidade de interpretar textos mais longos.


    "Está tudo muito abreviado, curto, e eles deixam de produzir textos. É tudo copiado: control-C, control-V", diz Maria Martinez, diretora pedagógica do Batista Brasileiro. "Não aceitamos trabalhos copiados da internet. As próprias escolas, às vezes, entregam material pronto para o aluno, que só tem o trabalho de responder, não de elaborar o texto". Diretor do Vértice, Adílson Garcia reconhece que há dificuldade do jovem em adquirir hábitos de leitura.



Fonte: Agência Estado

domingo, 4 de julho de 2010

Beberibe Derby...para a seleção "brasileira".


Crônica de mais uma tragédia anunciada

Mais do que nunca, uma torcida multinacional para a Seleção Brasileira. Da Europa, Ásia, Américas, África, em especial África do Sul, quem ficou pelo caminho escolhe outro para torcer. À entrada do estádio, gente de todas as cores e línguas com camisetas, bonés, chapéus, lenços ou bandeiras do Brasil.

E, recordemos, os sul-africanos têm motivos históricos, contas a acertar com os antigos colonizadores, os holandeses.

Felipe Melo de volta ao time, que já se aqueceu e voltou aos vestiários. Pintaram o gramado, que é irregular, ruim.

Dia lindo, tarde de sol e 24 graus, mais um belo estádio – e futuro elefante branco – o Nelson Mandela Bay de Port Elizabeth. As torcidas fazem festa. Na bancada da mídia, tensão.

A Seleção, de camisas azuis, no túnel de acesso. Dunga, gripado, já no banco, repetindo o casacão Herchcovitch. A câmera no rosto do técnico, que expira, não há como esconder a ansiedade, a tensão.

Ao contrário de outras partidas, não há sorrisos no túnel de acesso, salvo quando Boulahrouz se aproxima, abraça Luis Fabiano e Daniel Alves.

Robben, o astro holandês, passa a mão esquerda nos lábios e a câmera flagra: um esparadrapo no anular… e os dedos estão tremendo.

Lúcio lê mensagem da FIFA contra o racismo e, por conta própria, em inglês, acrescenta um “Deus te abençoe”: God Bless you.

Bola rolando.

Van Bommel encrenca com Luis Fabiano, que reage, aos 2’. Robben encena. Empurra-empurra aos 3’. A Holanda encena a cada chegada do Brasil. O juiz é japonês, Nishimura.

Gol aos 7’. O bandeira marca impedimento de Daniel Alves, meia perna, antes de Robinho fazer o gol.

Lançamento sensacional de Felipe, que levanta a cabeça, vê Robinho se deslocando por trás da zaga e joga a Jabulani no vazio. Diante de Stekelenburg, Robinho executa, com um toque de pé direito faz um a zero aos 9’.

Galvão Bueno, nosso Himalaia de convicções, opina:
- Em 94, Bebeto e Romário fizeram gols de contra-ataque. E assim o jogo se abriu… me impressionou a batida do Robinho, de primeira, nem precisou ajeitar…

Aos 22′, Galvão engasga e fica rouco. Quiçá, a praga viral, via web. Galvão calado por alguns segundos. A voz quase não sai. Arnaldo e Casagrande comentam enquanto o narrador tenta se recuperar.

Aos 15’, Lúcio brinca, comete o erro que vem ensaiando em toda sua, grande, Copa, e dá um presente.

Lúcio lança Kaká, mal, Michel Bastos, na esquerda, se queixa.

Robben encena de novo, o juiz marca. Dunga enlouquece diante do banco e do juiz, e encena a loucura.

Daniel toca aos 24 e Juan quase faz o segundo.

Robinho enrosca, dribla, ginga, dribla de novo e toca para Kaká. A Jabulani ia no ângulo esquerdo, em curva para dentro, mas Stekelenburg vai buscá-la com ponta dos dedos. Quase um golaço de Kaká.

Escanteio migué de Robben, que dá um toque mínimo e deixa a bola no lugar, para ninguém perceber uma jogada ensaiada, mas Daniel Alves se toca e estraga a surpresa holandesa.

Falta. Julio Cesar defende. E beija a Jabulani.

O juiz, depois de ter avisado, amarela Michel Bastos.

O quarto árbitro chega em Dunga, que havia acabado de sapatear e espernear novamente, contra Nishimura. Juiz japonês para um jogo pegado e catimbado como esse? Encrenca garantida.

Contra-ataque, Daniel rola para Maicon, final de jogada que lembra o gol de Carlos Alberto Torres em 70, o quarto contra a Itália. Maicon bate, o goleiro trisca na bola, o bandeira não dá o escanteio.

Dunga esperneia, soca a própria mão, esbofeteia a lateral do banco de reservas.

Júnior, ex-lateral esquerdo da Seleção, analisa:
- Essa zaga é uma mãe, Galvão, já era pra esse jogo estar decidido.

Arnaldo Cezar Coelho se penitencia:
- Parece jogo de Libertadores… quebrei a cara, disse que seria jogo fácil (pra arbitragem).

Fim do primeiro ato.

De novo lembram 70. Felipe Melo, como Clodoaldo no gol da Itália, inventa um calcanhar a 1’ do segundo tempo. Por sorte, a zaga do Brasil atenta.

Michel faz falta em Robben, que encena. Jorginho fala algo com Dunga. Ou trocam Michel Bastos ou será expulso.

Cruzamento de Sneijder. Julio Cesar e Felipe Melo trombam no ar, aos 8’. Gol da Holanda.

Outro dramático Brasil x Holanda.

Kaká, aos 19’, mata no peito e bate. Raspando a trave.

O Brasil sentiu o primeiro gol, não se encontra mais em campo. Escanteio, Kuyt se antecipa a Luis Fabiano e trisca, Sneijder, sem que Felipe Melo encoste, faz o segundo.

Felipe Melo, aos 28’, encarna o papel de vilão, por tantos desenhado para ele na Copa. Faz falta em Robben, pisa no holandês que está no chão. É expulso.

O Brasil mais que perdido, desarvorado em campo. A Copa começa a ficar distante. A multinacional torcida silencia, os holandeses festejam.

Faltam 11’. Falta para a Holanda. Van Persie. Na arquibancada.
Nilmar entrou, saiu Luis Fabiano.

Agora, a se cumprir a tradição verde-amarela, caça aos culpados, como em 2006, quando o eleito foi Roberto Carlos.
Galvão Bueno dá o tom:
- Felipe Melo, expulsão já prevista.
Tô fora dessa. Copa se ganha e se perde. Ponto.

Ronaldo(o que era o fenômeno), no twitter:
- Felipe Melo não deve passar férias no Brasil.

Absolutamente dispensável o comentário, justo ele que já viveu a boataria e perseguição depois da final em 1998.

Juan e Julio Cesar se desentendem, descontrole total. O Brasil entregue, sem capacidade alguma de reação, os jogadores já sabem que estão fora da Copa, desistem da luta. A Holanda não faz o terceiro porque não força, porque brinca diante de Julio Cesar.

Fim do segundo ato.

Jorginho de cabeça baixa. Dunga não espera seus comandados, desce para os vestiários. Lágrimas nas arquibancadas, irritação da bancada de imprensa.
A Seleção jogou um ótimo primeiro tempo, mas não matou o jogo quando poderia ter matado. Com o gol de empate, viu-se aquilo que Marwijk, o técnico holandês, classificou como “arrogância positiva” da equipe brasileira. Eles, os jogadores verde-amarelos, não esperam, não estão preparados para a derrota, nem mesmo para o anúncio da derrota. Com o gol de empate, se perderam.
Fim da Copa. Hora de lágrimas, e da triste tradição de caça aos culpados.
Hora de voltar para casa...ou melhor...Beberibe Derby para a seleção "brasileira".
Odlareg Otarakak